Osteoporose: por que devo me preocupar?
- heitorleandro
- 1 de jul.
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A osteoporose é uma condição clínica silenciosa, caracterizada por redução da densidade óssea, por aumento de porosidade e enfraquecimento dos ossos ao longo do tempo e aumentando o risco de fraturas. É silenciosa porque não provoca sintomas, até o momento que a fratura ocorre. As fraturas geralmente são dolorosas, provocam deformidades, requerem tratamento cirúrgico, são causas de morbi-mortalidade e podem comprometer a mobilidade, independência e qualidade de vida da paciente.
Por que a osteoporose é importante na Ginecologia?
De cada 10 pessoas com osteoporose, 8 são mulheres;
14 a 29% das mulheres acima de 50 anos e 73% acima de 80 anos terão osteoporose;
1 a cada 3 mulheres com osteoporose terão alguma fratura devido a doença;
10 milhões de brasileiras tem osteoporose e 9 milhões de fraturas osteoporóticas ocorrem por ano no mundo (uma fratura a cada 3 segundos);
20 a 24% das mulheres com fratura de quadril irão falecer no primeiro ano após a fratura;
Segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 200.000 pessoas morrem por ano devido osteoporose no Brasil (para fins de comparação, 19.103 mulheres morreram por câncer de mama no Brasil em 2022);
70 a 95% das osteoporoses são primárias, isto é, associadas a pós-menopausa e ao envelhecimento.
A osteoporose é primária quanto associada ao envelhecimento e a pós-menopausa. É chamada de secundária quando está associadas com câncer (mieloma múltiplo), distúrbios hormonais (hiperparatieoidismo, doença de Cushing, hipertireoidismo, diabetes mellitus), uso de medicações (corticoides, imunossupressores, quimioterápicos, anticonvulsivantes) e outros problemas de saúde (doença renal crônica, doença celíaca, artrite reumatoide). O tabagismo, consumo excessivo de alcool, baixa ingesta de cálcio, deficiência de vitamina D, baixo índice de massa corpórea, baixa estatura e histórico familiar de osteoporose aumentam o risco de osteoporose.
O diagnóstico é relativamente simples baseado na avaliação clínica detalhada, identificação dos fatores de risco e algum exame para medida da densidade óssea (como a densitometria óssea). A baixa densidade óssea pode ser sugerida por exames como radiografia simples e tomografias. Estes exames pode ajudar no diagnóstico de fraturas típicas de osteoporose, como o achatamento de vértebras. É possível calcular o risco de fratura óssea baseado na densitometria óssea, utilizando tabelas adaptadas para a população.
O tratamento envolve múltiplas intervenções:
1) Prevenção de quedas: a grande parte das fraturas osteoporóticas ocorrem por quedas em domicílio;
2) Atividades físicas com carga (caminhada, subir escadas, treinamento com pesos);
3) Ingesta adequada de cálcio;
4) Suplementação de vitamina D;
5) Medicamentos para redução de turnover ósseo, redução da perda de massa óssea e redução do risco de fratura: bifosfonados, raloxifeno, denosumabe, terapia hormonal, calcitonina;
6) Medicamentos para deposição óssea e redução do risco de fratura: teriparatida;
7) Tratamento da dores e das fraturas ósseas.
A terapia hormonal pode ser utilizada no tratamento e prevenção da osteoporose. Como a reposição hormonal está associada a riscos e efeitos colaterais, a sua prescrição deve sempre ser individualizada.
A osteoporose ainda é muito pouco diagnósticada. A fratura da osteoporose está associada a mortalidade por trombose, embolia, complicações cirúrgicas e infecção. As mulheres que conseguem se recuperar do tratamento da fratura, apresentam mais dor crônica, dificuldade para caminhar, perda da independência, depressão e maior necessidade de cuidados.
Cuidar da sua saúde óssea é cuidar da sua autonomia e bem-estar. Diversos profissionais tem a expertise para cuidar desta doença tão complexa: o ginecologista, o endocrinologista, o reumatologista, o geriatra, o clínico geral e o ortopedista. Converse com seu médico e saiba como prevenir e tratar a osteoporose com segurança.
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Dr. Heitor Rodrigues
CRM/SP 120.966 │ RQE 50.380
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